sexta-feira, 31 de maio de 2013

Adolescência e Violência: Uma sociedade carente de '' pai e mãe '' !

Os jornais noticiam quase que diariamente atos de violência envolvendo adolescentes. São gangues que causam badernas, assassinatos praticados por jovens armados, escolas depredadas. A Associação dos Comissários da Infância e Juventude estima em mais de 70% o aumento da violência entre jovens de classe média e alta. 


Perigos rondam a casa de todos nós. Pais sentem-se inseguros na maneira de educar seus filhos, a estrutura da família nuclear, tradicional, está abalada e enfraquecida. 
Crimes hediondos são cada vez mais freqüentes, além de uma infinidade de outras formas sutis de violência, como a falta de cidadania, perda da solidariedade e desvalorização do próximo. 

Quando pensamos nas crianças e jovens em pleno processo de formação de sua identidade, incorporando valores éticos e morais, nos perguntamos: O que a sociedade esta oferecendo a eles, quando nós mesmos nos encontramos em dificuldades de nos posicionarmos na educação de nossos filhos e como cidadãos?




Sabemos que nas transformações da adolescência os jovens buscam novos modelos a serem incorporados para a formação de sua identidade adulta. É um período muito vulnerável e suscetível a influências ambientais, construtivas e destrutivas. Muitos jovens liberam sua impulsividade e se envolvem em acidentes: abuso de drogas, no transito, nas farras, terminando muitas vezes em suicídio e assassinato, que a mídia por sua vez faz virar manchete e explora como produto de consumo, sem se deter na análise crítica das causas conscientes e inconscientes geradoras de violência.




Violência física e moral ocorre inclusive na família, quando coerção e humilhação fazem parte dos métodos educativos, deturpando a vida afetiva, intelectual e as opções individuais que cada um necessita fazer para encontrar sua realização.

O adolescente de nossos dias vive sua rebeldia como membro atuante e transformador da sociedade, porém altamente influenciável pela força dos meios formadores de opinião, na qual uma pequena minoria poderosa controla grandes massas. A televisão comercial e as redes de comunicação são seus grandes representantes. Certos programas e propagandas visam apenas o lucro e revelam falta de compromisso quanto aos impactos psicossociais que acarretam. Enquanto isso, a sociedade complacente assiste à televisão comodamente de suas poltronas, num mundo em que prevalece o Ter e Fazer, em detrimento do Sentir e Pensar.



Lembremos que Moral e Democracia têm suas origens na qualidade das primeiras relações afetivas entre o bebê e seus pais. É através destes primeiros representantes da sociedade, que ocorrerão as primeiras identificações, quando será incorporada na mente infantil em desenvolvimento um conjunto de valores éticos e morais, que, associadas a condições dignas de vida contribuirão para um melhor integração pessoal e comunitária. 

É preciso ter em mente que somos todos agentes modificadores e vítimas das ações construtivas e destruidoras reinantes em nossa sociedade. Questões de violência na sociedade atual não dependem apenas de segurança pública, é preciso investir mais em afeto, educação, resgate da ética além de condições dignas de sobrevivência. A educação e a prevenção são processos lentos, porém mais econômicos e eficientes em seus resultados.




 Devemos nos juntar em múltiplas cirandas para que no final se forme uma integração e articulação de seus integrantes, numa ampla rede de comunicação entre aqueles que se interessam pela qualidade da educação e formação da infância e da juventude, integradas à realidade da vida das cidades e do país. Assim, poderemos atenuar, e se possível eliminar, certas causas geradoras de violência, dentro do que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente.




Postado por: Ana Luiza Rocha

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